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MISTURA POPULAR: A BANDA PROGRESSISTA QUE USA A SUA ARTE PARA LUTAR CONTRA O OBSCURANTISMO

Reportagem: Caroline Rossetto


Criada há 10 anos, nas lutas sociais, a banda Mistura Popular, embala um público ativo militante dentro de manifestações populares, eventos, sessões plenárias e congressos por todo o Brasil, levando a mistura de forró, salsa e demais estilos que leva o público a loucura, por todos os lugares que passam.


Em dezembro, a banda completará 11 anos de estrada e desde então, segue na luta para levar mensagens de esperança e luta e protestos contra a reforma trabalhista e da previdência, entre outros assuntos, para os brasileiros.


O vocalista Jadir Bonacina nos contou sobre o começo da banda:


“O Grupo Mistura Popular, em 2021 completou 10 anos. Agora, em 2022, temos 10 anos +1 de estrada e nesse período, veio mudando bastante as formações do grupo, uns vêm, outros vão. É natural da vida, como se fosse um namoro, as pessoas vão mudando, as muitas formações e chegou nos 10 anos de Mistura Popular com uma sonoridade bem diversificada. Cada um com suas histórias musicais, de várias trajetórias, estudos e formações musicais. E a gente se junta para fazer uma grande diversidade de sons brasileiros e outros países da América Latina como o Chile e Argentina, além do Brasil. O Brasil, costuma se falar, praticamente é um continente, por causa dos seus vários estilos. O Mistura Popular é focado em ritmos mais animados, mais para cima, com letras e conteúdo de qualidade que soma na vida das pessoas. E os integrantes da banda são oriundos de movimentos sociais, a gente faz muita música para sindicatos e pastorais de igrejas. E a gente tem essa vertente de música e das lutas sociais”, afirma ele.



A banda sempre reflete o momento político atual e se preocupa com o avanço do conservadorismo, do negacionismo e da extrema direita no Brasil. Jadir nos conta sobre o seus sentimentos sobre momentos tão obscuros, que em sua opinião, pioraram a situação do país, principalmente em tempos de pandemia da COVID-19:


“No momento de hoje, fazer música, tem gente que fala que é difícil e tem gente que fala que é mais fácil. Nós achamos que todo tempo tem as suas complexidades. Atualmente, parte da população, consegue talvez absorver e conseguiram ouvir e absorver algumas coisas a mais. Durante essa pandemia, a arte deu mais sentido à vida das pessoas nesse período. Tudo estava muito complicado: muita gente em casa, passando por dificuldades financeiras, perdendo empregos e muitos com problemas sérios de saúde. Acho que tem uma questão que pode ter ajudado e foram muito os artistas, que ficaram sem trabalhar por 2 anos e tiveram que vender instrumentos para se manterem e arranjar outras profissões. Mas, mesmo assim, teve artistas que faziam lives, vídeos e fazendo vaquinha online. Nós, do Mistura Popular, fizemos vídeos, videoclipes, palestras e estávamos envolvidos e ajudando para que a sociedade desse um passo à frente, além de passar por esse períodode pandemia, tentando criar consciência nas pessoas. A arte, além de ser útil na vida das sociedade, também faz com que as pessoas evoluam. Muita gente fala que tem muita sofrência em nossa música. Então, nesse período, fizemos músicas de cunhos diferentes do qual estávamos acostumados: letras com palavras bonitas, mais amor e mais humanidade. A gente está até preparando para fazer um novo lançamento e com mais sentido humano do que estávamos produzindo anteriormente. Nesse tempo, a gente aprendeu muito”


Existe quem acredita que arte e política não devem ser misturadas e que esse são assuntos distintos. A banda, certamente, discorda e afirma que arte e política são a mesma coisa e não existe como separar uma coisa da outra. Jadir afirma que os artistas precisam se posicionar, explanar os pensamentos e ajudar a sociedade a pensar de forma consciente, buscando a humildade.


Nos tempos do “cancelamento” e “linchamento” virtual, a banda conta que já sofreu ataques cibernéticos por causa da vertente política.


“Virtualmente, sempre tem quando você se posiciona. Sempre tem os apoios e os contrários. A gente sempre recebeu muito carinho e a nossa linha de regra é compartilhar e levar a nossa arte para o povo e tudo se torna muito bacana. Até quem tem posicionamento político diferente do nosso, gosta do Mistura Popular. Então, a gente não leva tanto em consideração. Claro que já aconteceram ataques na Internet, a gente acaba sofrendo, as pessoas escrevem o que querem, tem muitos perfis falsos que dizem o que querem. Temos um respeito muito grande por todos e a gente recebe muito carinho de quem não tem o mesmo pensamento e posições. Coisas contrárias não levamos tanto em consideração, a gente apaga e não lê. Então, as mensagens de carinho e amor é o que nos leva para frente. É o que nos faz ter vontade e desejo de continuar produzindo arte e música, junto com as pessoas. Já dizia o Milton Nascimento: “o artista tem que ir onde o povo está”. Temos que ir em todos os lugares possíveis: das formaturas e ocupações às boates chiques. Sempre com muito respeito pela sociedade”, conclui.


O Mistura Popular está trabalhando em um novo projeto intitulado “Palavras Bonitas”, e que começou a ser enviado para as rádios. O álbum ainda não foi adicionado a nenhum aplicativo de música, mas o vocalista informa que a música de trabalho foi bem recebida para os que ouviram primeiro. E acredita que a sociedade pode melhorar e se tornar mais justa para todos e que todos os cidadãos possam lutar mais pelos seus direitos.


A banda já iniciou os novos trabalhos e no dia 01 de julho de 2022, eles irão tocar no Al Janiah, um restaurante árabe, localizado no Bixiga, a partir das 22h.

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