Dirigente da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) explica os motivos das manifestações. De acordo com ele, o novo ensino médio é uma ferramenta para aumentar a desigualdade e acabar com a educação pública no Brasil.
Sancionado em 2017 no governo Temer, o novo Ensino Médio entrou em vigor em 2022 e sua implementação gradual está prevista para ocorrer até 2024 em todas as escolas do país. A ideia é dar uma formação mais voltada ao mercado de trabalho para os estudantes, diferente do modelo atual que tem como principal meta preparar os estudantes para o ensino superior.
O modelo de ensino também prevê 3000 horas aulas nos três anos, a carga horária do sistema atual é de 2400 hora. Para falar sobre o que motiva as manifestações dos estudantes, conversamos com o integrante da UBES (União Nacional dos Estudantes) João Humberto.
De acordo com ele, o novo Ensino Médio foi construído sem qualquer participação dos estudantes, professores, ou profissionais da educação, é excludente e aumenta a evasão escolar e as desigualdades que existem no Brasil.
“O novo Ensino Médio visa o aluno ser protagonista do seu próprio eu, podendo escolher o tipo de matéria técnica que ele quer trabalhar, mas na realidade ele aumenta a desigualdade porque o aluno da escola pública não tem mais conteúdos como biologia, sociologia, física, química, enquanto o aluno de escola privada continua tendo. O aluno de escola pública tem duas aulas de português e duas de matemática na semana, enquanto de escola privada tem no mínimo quatro aulas na semana. Ele traz uma desigualdade que não vai permitir o aluno da escola pública consegui competi no Enem, na Fuvest, nos vestibulares que aparecem”, afirma João.
Ele também destaca que as mudanças previstas irão aumentar a desigualdade da escola pública, principalmente por aumentar a evasão escolar. Ele exemplifica afirmando que a falta de profissionais nas escolas é grande.
“O novo Ensino Médio finge uma educação técnica, inventaram dez itinerários, a maioria das escolas não tem se quer condições para manter duas matérias destes itinerários. As escolas não têm computadores, não tem o básico para estarem abertas. Aqui no estado de São Paulo as escolas muitas vezes não têm merenda, os alunos comem bolacha, muitas vezes não tem papel higiênico no banheiro. O novo Ensino Médio nada mais é do que uma ferramenta para aumentar a desigualdade e acabar com a educação pública no Brasil”, afirma ele.
A Central de Notícias da Rádio CIVICA BRASILEIRA é uma iniciativa do Projeto A História dos Blocos Carnavalescos. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.
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