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Crise climática pode levar 3 milhões de brasileiros à pobreza extrema, diz Banco Mundial



Milhares de pessoas sofrem todos anos com perdas da família e danos materiais, quando

não se perde tudo. Desastres naturais, principalmente inundações e secas podem

influenciar a ocorrência deste cenário.

Choques climáticos poderão empurrar de 800 mil a 3 milhões de brasileiros para a pobreza

extrema já em 2030, mesmo em cenário que não considera grandes rupturas ambientais no

país, aponta relatório publicado no início de maio, pelo Banco Mundial, ressaltando que os

impactos podem ser significativos em curto prazo.

O efeito aos mais pobres deve ser provocado pelo custo de desastres naturais,

principalmente inundações e secas, elevação dos preços de alimentos, perdas em saúde e

redução da produtividade do trabalho.

Em um cenário de desenvolvimento econômico mais otimista, com crescimento inclusivo,

mudanças estruturais e melhor acesso a serviços de infraestrutura, o impacto poderia ser

menor, diz o documento, que traz sugestões para o Brasil.

O relatório cita estudo produzido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao

apontar que o Brasil pode atingir em breve um ponto de inflexão para além do qual a bacia

amazônica não mais teria chuvas suficientes para sustentar os ecossistemas e garantir

abastecimento de água e armazenamento de carbono.

Nessa hipótese mais aguda, fruto da combinação de mudanças climáticas, desmatamento e expansão de áreas de pastagem, o impacto acumulado até 2050 sobre o PIB do Brasil é

estimado em 920 bilhões de reais (184 bilhões de dólares), equivalente a 9,7% do PIB atual.

De acordo com o documento, efeitos das alterações climáticas já são sentidos no país ao

mudarem padrões de temperatura e o regime pluviométrico. Os eventos extremos causam

perdas de 13 bilhões de reais (2,6 bilhões de dólares) ao ano em média, aponta.

Após uma gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro cercada de críticas de entidades

internacionais por uma deterioração em indicadores de desmatamento e afrouxamento de

normas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o posto neste ano com a promessa

de recolocar a pauta de preservação ambiental como prioridade do governo.

Vanilson está descrente. Para ele, a recuperação do planeta e as mudanças climáticas

dependem da política: "tem que dar atenção, né? Porque dá enchente, essas coisas, tudo

tem a ver com o governo, também, que faz vista grossa, só quando aperta o calo, maqueia.

Ontem tinha um político ali, falando, não dá em nada, difícil!"

O Banco Mundial reconhece que o país tem hoje espaço fiscal limitado e enfrenta

tendências demográficas cada vez mais difíceis diante do envelhecimento da população.

Por isso, afirma que será necessário melhorar a eficiência da política orçamentária para que

o país alcance seus objetivos.

Em meio às negociações do governo para aprovação da reforma tributária, o Banco Mundial

sugere a redução de subsídios a setores poluentes e a taxação de atividades de extração

de combustíveis fósseis, esta última medida com potencial de arrecadação de 150 bilhões

de reais por ano até 2030.

Para alcançar seus objetivos de desenvolvimento sustentável, o Brasil precisará investir

3,7% do PIB por ano em infraestrutura, contra o nível de apenas 1,7% observado em 2021,

aponta o relatório. Ainda seria necessário investir 1% do PIB ao ano em ações climáticas

adicionais, como planos de descarbonização, recuperação de pastagens e medidas para

redução de poluição na indústria.

Como forma de minimizar o impacto aos restritos cofres públicos, o Banco Mundial afirma

que o setor privado pode cobrir grande parte das necessidades de investimento,

enfatizando também a importância de financiamento internacional, como no caso do Fundo

Amazônia.

Com o benefício de ter uma matriz energética verde, o Brasil poderia se beneficiar da

tendência global de descarbonização e reduzir sua exposição aos riscos climáticos,

favorecendo um modelo de crescimento diversificado, afirma o relatório.

Se o Brasil seguir esse caminho, o Banco Mundial afirma que o país poderia acabar com o

desmatamento ilegal até 2028, reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até

2030 e zerar as emissões líquidas até 2050.


A Central de Notícias da Rádio CIVICA BRASILEIRA é uma iniciativa do Projeto A Influência Cultural Africana”. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.


Reportagem: Márcia Brasil

Fonte: Banco Mundial

Imagens: Márcia Brasil e Redes sociais

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